Será que temos caminhando para o local certo ou estamos
andando por a talhos e sombras?
Em uma história, Cristo volta à terra e é interpelado por um
líder cristão com críticas: Cristo não deveria ter voltado trazendo de novo
aqueles valores de misericórdia e justiça e andando no meio do povo apregoando
lhe a liberdade. O líder pergunta a Cristo por que voltou para atrapalhar o que
a igreja estava fazendo: "Fica sabendo que jamais os homens se acreditaram
tão livres como agora, e, no entanto, eles depositaram a liberdade humildemente
a nossos pés". O líder religioso, então, acusa Cristo de haver fracassado
na sua missão por ter recusado a tentação do deserto: não distribuiu pão
(milagres) para atrair público, não realizou espetáculos (jogar-se do pináculo
do templo para ser aparado por anjos) e não aceitou as riquezas do mundo que
lhe dariam glória e poder facilmente. No conto, o líder religioso diz que agora
a igreja estava consertando esse erro que Cristo cometeu porque era perda de
tempo esperar discípulos por amor: as pessoas querem mesmo é encontrar Deus por
meio do pão, dos milagres, das maravilhas e do poder econômico. Por isso, no
conto, Cristo é preso novamente. (o conto "O Grade Inquisidor" do
livro Os Irmãos Karamazov).
Se refletirmos nesta historia e os acontecimentos ocorridos nestas
semanas são de fundamental importância para a compreensão correta da própria
mensagem evangélica. Talvez seja por isso que os evangélicos brasileiros
estejam distorcendo tanto a mensagem bíblica do Evangelho.
Evangelho de Jesus nunca foi sinônimo de “prosperidade” e principalmente
de “enriquecimento ilícito” como temos presenciado no Brasil. Evangelho na
Bíblia sempre foi associado aos acontecimentos relacionados à cruz ... morte
... ressurreição, desviando-se do centro da vontade de Deus, que com o seu amor
e a sua misericórdia convidou nos a participar da vida eterna que Ele dá por
meio de Cristo; e não que qualquer evangelho serve, mas biblicamente falando –
somente o Evangelho da Cruz – é capaz de salvar o pecador.
Esse o caminho que temos percorrido?
Carlos Eduardo
Nenhum comentário:
Postar um comentário