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Fazenda da Várzea
A fazenda da Várzea que primitivamente foi conhecida por Narchea, compunha-se de uma área de quatro sesmarias pertencentes ao bandeirante Garcia Rodrigues Paes, o fundador.
Com a morte da Garcia, em 1738, seu patrimônio passou ao filho Pedro, que incorporou ao nome o apelido Leme. Aberto o testamento de Pedro Dias Paes Leme no Rio de Janeiro, em 1785, a grande fazenda da Várzea coube ao filho José Pedro Francisco Leme, que a transmitiu a filha Joaquina Francisca da Costa Leme.
Esta à vendeu ao coronel José Inocêncio de Andrade Vasconcelos em 14 de agosto de 1832. Adquirindo partes de outros herdeiros, fez da Várzea o coronel, magnífica propriedade, imperando ali mais tarde fina aristocracia.
Quando José Inocêncio comprou a sede da Várzea, já grande parte da fazenda do século xvlll fora adquirida pelo sargento Manuel Borges de Carvalho, senhor das grandes áreas conhecidas por Engenho da Cavaru.
Era homem de atividades singular e grande patriota. Em setembro de 1824 hospedou em sua fazenda por quatro dias grande número de soldados da companhia de Cavalaria da 2ª linha da Província de Minas Gerais, expedicionária à corte para apoiar Pedro l, que passava a impor sua política à força.
Na Várzea havia festas alegres e pomposas, onde imperava aprimorado gosto e duravam dias, com o dono da casa de sobrecasaca, assim como todos os convidados. Era exímio marcador de quadrilhas e gostava de boa música. Foi cavaleiro de prestigio dentro do município, exercendo diversos cargos públicos, como membro da primeira Câmara em 1833.
Era a Várzea, zona bastante povoada e em 1836 seus principais moradores, entre si aparentados, eram Calixto Cândido Gonçalves, fundador do Sertão do Calixto, localidade na serra ao sul de Cavaru.
O coronel José Inocêncio de Andrade Vasconcelos faleceu de febre amarela em 27 de abril de 1878, e hoje já não existe mais a sede da famosa fazenda da Várzea.
Conteúdo retirado do livro de Pedro Gomes da Silva
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